A Figueira pode
ter uma indústria cultural com importância no contexto da economia
Ao longo de três
dias – 3, 4 e 5 de outubro – a cidade foi palco da II edição do CRIATIVA –
Encontro de Criadores da Figueira da Foz”, um evento que reuniu 78 artistas de
áreas como fotografia, ilustração, teatro, música, conservação e restauro,
arquitetura, moda, design, entre muitas outras.
O Museu Municipal
Santos Rocha (MMSR) e o Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE)
acolheram este Encontro que se irá estender pelo mês de outubro.
“O balanço desta
II edição é francamente positivo não só pela quantidade de obras expostas mas
acima de tudo pela sua qualidade e diversidade. Conseguimos ter representadas
várias expressões artísticas, de criatividade, todas de figueirenses. O
Criativa cumpre assim aquele que é o seu objetivo: poder mostrar o que os
figueirenses são capazes de fazer neste domínio”, destacou o Vereador da
Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz António Tavares, que sublinhou ainda: “Está aqui um enorme
potencial que se associa sempre à cultura e que é também um potencial de
riqueza para o concelho. A Figueira pode ter uma indústria cultural com
importância no contexto da nossa economia”.
Nesta II edição,
e ao contrário do que aconteceu em 2012, as exposições vão manter-se ao longo
deste mês, podendo ser visitadas no Museu, CAE e Bonesetting (espaço localizado
no Largo Professor António Victor Guerra e que acolhe a mostra «ComPACto»,
exposição que conta com obras de Mário Silva, Heitor Chichorro, Gonçalo
Cadilhe, Tesha ou Victor Costa).
“Já há dois anos
o Criativa deu origem a atividades muito interessantes, como foi o caso do
Fusing: os jovens que vieram a concretizar este festival partiram daqui, do
Criativa 2012. Para já, sabemos que desta II edição ficou o Bonesetting. O
Criativa vai deixando estes rebentos, o que é um excelente sinal de que vale a
pena fazer estes encontros, estas mostras”, frisou António Tavares.
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Os 3 dias de
CRIATIVA…
Ao som do
violino, tocado por Gonçalo (professor do Conservatório de Música David Sousa)
no Museu Municipal, foi dado o pontapé de saída para a segunda edição deste
Encontro.
Dezenas de pessoas marcaram presença no Museu e no CAE, numa noite
marcada, para além da inauguração das exposições coletivas, pela apresentação das
«Four Voices», um grupo de Música de Câmara do Coro das Pequenas Vozes da
Figueira da Foz.
Já no CAE, «A
Evolução da Música e Suas Expressões», foi trazida pela Associação da Amizade e
das Artes Galego Portuguesa, seguindo-se um concerto pela Banda Filarmónica da Sociedade
Instrução e Recreio de Lares.
E porque a
criatividade também se expressa na gastronomia, Maria Inês Mendes mostrou «A
Alma da Minha Cozinha», numa exposição de fotografia, que está patente até ao
final do mês na Sala Afonso Cruz do CAE.
Ainda na
gastronomia, a Escola Profissional da Figueira da Foz trouxe o pastel de
sardinha, um produto confecionado com recurso a ingredientes locais – sardinha,
chouriço de Quiaios e mel da Serra da Boa Viagem – e vencedor do Concurso
Municipal Ideias de Negócio.
O segundo dia do
Criativa, arrancou com a realização de workshops de dança, por Roysel Alfonso,
e restauro e conservação, por Catarina Lebre e Ana Morais.
À noite, o palco
do Grande Auditório do CAE recebeu as alunas da Figueira Stage School, bem como
a atuação de Viviana Mcglinchey, professora da Escola de Artes do CAE.
O ator e
professor de expressão dramática Emanuel Rodrigues apresentou, no Pequeno
Auditório, «O mais importante de tudo é aprender a estar de acordo», uma peça
realizada a partir de um texto de Bertolt Brecht, «Aquele que diz Sim / Aquele
que diz Não».
O teatro voltou à
cena, no domingo, pela secção juvenil do Pateo das
Galinhas Teatro de Bico, com excertos da peça «Hotel».
Maurício Gomes,
professor do Conservatório de Música David Sousa, interpretou à viola, no
Jardim Interior do CAE, alguns (re)conhecidos músicos brasileiros, marcando
assim o encerramento dos três dias do Criativa 2014.
De realçar que ao longo do mês de outubro o Museu Municipal e o CAE vão ser palco de várias iniciativas.
Faz-se sempre acompanhar de outros artistas plásticos sócios desta associação. Ultimamente Yasmine Schwachtgen e Martine Kieffer, luxemburguesas a residirem no país e Gabriel Gavioli, brasileiro, que se encontra entre nós por três meses, incentivam os mais novos a exprimirem as suas energias reprimidas, duma forma expansiva e natural, divertindo-se e aprendendo de uma forma lúdica, alertando-os para que vejam com um olhar artístico tudo o que os rodeia e que lhes passa despercebido no seu dia a dia. Todos trabalham depois em telas e outros materiais de formato 20x20 nas mais variadas técnicas.
