Três exposições inauguradas no CAE: Oleandras na Sala 3 - Odete de Sousa 70 na Sala Zé Penicheiro - E “Ovelhas...” Sala de ilustração com coleção de livros autobiográficos
Oleandras
- Exposição e coleção de livros autobiográficos
“Oleandro”
(Nerium oleander) é o nome de uma planta extremamente resistente ao
frio e ao calor, comum nas calçadas e vias públicas.Oleandras é uma coleção de narrativas autobiográficas de autoras que usam a
imagem como forma primordial de escrita. O crescimento, a
constituição de identidade e a procura de um lugar no mundo são
temas centrais destas narrativas reais contadas na primeira pessoa.
Os
4 primeiros livros – “Vai mas Volta”, de Liliana Lourenço,
“Amanhã”, de Ana Biscaia, “Um Corpo que se Desfaz”, de
Rachel Caiano e “Assis Bueno 37”, de Paula Delecave - inauguram
uma coleção de livros-objeto que conjugam grafismo, texto e imagem
de forma experimental.
A
história privada da cultura humana tem sido narrada e transformada
em objetos artísticos, sobretudo por uma elite que possui as
ferramentas e os meios para o fazer. Urge estender essa possibilidade
dando a ouvir e valorizando as várias vozes que constituem o mapa
diverso da convivência humana.
Inspirado
pelo conceito de “escrevivências” criado pela escritora
brasileira Conceição Evaristo, esta coleção centra-se na criação
de narrativas como método de investigação artística e produção
de conhecimento social.
Oleandras
são resistentes e são políticas.
Sala
3, de 3 de outubro a 25 de janeiro 2026.
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Odete
de Sousa 70
Em Setenta, há inspirações e
influências que se vão fundindo, uma vida de experiências que se
transfigura em forma e cor, numa mostra onde se dá a descobrir o
universo singular de Odete de Sousa.Dessa amálgama pessoal e
artística, nasceram estas peças que deram muito prazer a fazer.
Trabalhadas com liberdade e intuição, elas exploram convidando a um
diálogo sensorial e emotivo.
A artista prescinde de uma
explicação, pois acredita que a força da obra está no olhar de
quem a vê.
Esta exposição não se impõe;
sugere. Cabe a cada visitante encontrar a sua própria narrativa,
tirar as suas conclusões e usufruir do puro divertimento da
descoberta.
Sala Zé Penicheiro, de 4 de
outubro a 2 de novembro.
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Já
não se contam ovelhas para dormir? - Andrea InocêncioContinuando
a sua pesquisa sobre o silêncio, Andrea Inocêncio criou esta
exposição em grande proximidade com as comunidades femininas da
região de Tondela - em particular com as que se encontram numa maior
relação com o meio natural mas que, devido aos efeitos da
globalização, avanços tecnológicos, entre outros, se abeiram do
silenciamento. Assim este é também um trabalho que presta homenagem
às pastoras da Serra do Caramulo.
Ao
contrário da norma, em que usualmente são os homens a guardar os
rebanhos, na Serra do Caramulo a tarefa recai sobretudo nas mulheres.
Esta é uma profissão que tende a desaparecer, a não ser que mais
jovens como a Márcia - que realizou o sonho de dar continuidade ao
trabalho da avó - queiram abraçar uma vida que pende entre a
harmonia com a natureza, e a precariedade que a profissão acarreta.
A
exposição inclui, igualmente, registos de mulheres pastoras
reformadas. Apesar de, por vários motivos, já não exercerem a
atividade de pastoreio, são a imagem da resiliência característica
das mulheres desta região.
Os
homens fazem também parte da exposição em particular os que dão
apoio às suas esposas. Ainda em caso excecional temos a história de
vida de um homem que enviuvou cedo e travou uma batalha para criar e
sustentar sozinho os seus dois filhos.
Curadoria:
Zetavares/ACERT | Exposição desenvolvida no âmbito de uma
Residência Artística promovida pelo Novo Ciclo ACERT, com o apoio à
Programação da DGArtes.
Sala
de Ilustração, de 4 de outubro a 30 de novembro.
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