quinta-feira, 11 de junho de 2020

A artista plástico e escritora figueirense Conceição Ruivo foi selecionada para participar em obra da Chiado Books!

A multifacetada artista plástico, escritora e poetiza Conceição Ruivo, natural da Figueira da Foz e que passou a infância no Alqueidão, viu agora um seu trabalho ser selecionado para constar da obra "Quarentena - Memórias de um país confinado" da Chiado Books. Conceição Ruivo comentou: "-É com notícias destas que movemos forças para continuar a acreditar que não somos assim tão diferentes de todos os outros. Somos capazes sim senhor, basta para isso acreditarmos em nós mesmos e querermos fazer mais e melhor." 
E prepara-se para editar mais dois livros, um já terminado e que não pode mencionar o título porque vai ainda participar com ele em vários concursos a nível nacional, e um outro que está em fase de elaboração, que pensa terminar antes do fim do ano, e que retrata o problema da velhice, recordando sempre o passado com ânimo, o drama do depósito nos lares de terceira idade, a doença e o coronavírus. Sempre com um toque de humor e sensualidade para que nem tudo seja negro e triste na vida de cada qual. 
De lembrar que a artista arrecadou no ano passado três prémios no Concurso Literário Elias Cação Ribeiro com o tema “No teu olhar”, duas menções honrosas com dois textos em prosa, uma menção honrosa em poesia, e ainda um 1º prémio em fotografia. 
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Texto de Conceição Ruivo selecionado para constar da obra "Quarentena - Memórias de um país confinado" da Chiado Books. e entretanto já publicado no Facebook da editora: 
"E como ia a dizer, cá continuo à janela, apesar dos semblantes escondidos, assustados, de quem me olha de outras janelas, por detrás das cortinas que eu bem lhes vejo as sombras medonhas e disformes. Pássaros retidos em gaiolas, em plena Primavera de 2020. Não se passa nada, o Universo parou. 
Olho da minha janela as ruas vazias, de pessoas, carros, animais ou o que quer que seja. Aprendi que, não é por alguns persistirem em viver uma vida a preto e branco, que para mim não possa ser colorida, se eu o entender. 
Para mim, tão rica na sua inata simplicidade e, para eles, tão pobre o meu viver. As andorinhas estão prestes a chegar de países longínquos onde também as pessoas se mantêm prisioneiras nas suas próprias casas. O slogan é igual para todos, em todo o universo: “Fique em casa! O Coronavirus Covid 19 procura-o para o infetar”. 
É tempo de ficar em casa, para o bem de todos, o melhor de cada um. Pais e filhos separados, avós e netos sem se poderem abraçar, beijar, dançar, jogar. Proibido tocar! A distância exigida entre humanos é de dois metros. O vírus é altamente transmissível. 
Olho da minha janela as ruas vazias. Onde está o povo desta terra? A alegria contagiante dos ranchos de raparigas que por aqui passavam a caminho das terras de arroz, com as suas blusas de chita e saia pelo joelho, seguidas dos rapazes de enxada ao ombro a assobiar ao desafio."
(Conceição Ruivo)

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